"O processo criativo É surpreendente o número de Empresas que treinam seus colaboradores em criatividade e que não vislumbram resultados posteriores mensuráveis. "Alguns anos atrás uma das maiores companhias de aviação dos EUA gastou MUITO dinheiro treinando seu pessoal para ser criativo e tudo que conseguiu foi criar frustrações", diz Dean Schoerder, professor e diretor do MBA da Valparaiso University (Training Review - Dezembro de 2001). Criatividade é a etapa do processo que visa PRODUZIR IDÉIAS NOVAS. Desenvolver as habilidades para "pensar diferente" e "perceber o diferente" é um primeiro passo fundamental para fomentar um processo criativo conseqüente. Mas é insuficiente. Participei há 4 anos, no Nordeste, de um Encontro de Recursos Humanos com executivos profissionais de todo o Brasil e, durante um trabalho coordenado por uma equipe que utilizava técnicas de psicodrama, foi sugerido que se fizesse uma representação dramática de como eles viam a criatividade nas empresas. Um grupo escolheu fazer chapéus de fada com cartolina e se munir de varinhas de condão. Sua visão acrítica de "soluções mágicas" para o processo criativo me impactou muito. Se descontarmos um pouco o evidente exagero caricatural da solução encontrada, acredito que esta seja uma visão subjacente em muitas organizações. 1º - O trabalho criativo de gerar idéias e alternativas novas. Estes são parte dos 5% que necessitam de inspiração, talento, intuição e arte. Este é o momento "gostoso" e "divertido" do processo Nesta etapa, quantidade gera qualidade. É conhecida a equação 1/80 (são necessárias, em média 80 idéias para que uma dê resultado). E as muitas ferramentas criativas que exercitamos contribuem para este 1º passo.
não termina com a idéia
Começa com ela"
Einstein
Em uma organização onde prevalece a estrutura rígida dos organogramas e dominada por regras e padrões, mandar seu pessoal fazer cursos para "sair da caixa" (be out of the box é um dos jargões da criatividade) e quebrar rotinas e paradigmas para depois, assim que os cursos terminam, devolvê-los aos seus cubículos, físicos e mentais, é buscar o mesmo resultado da empresa americana de aviação. Como disse Einstein (na peça teatral "Einstein", de Gordon Wiseman), desenvolver a criatividade é ponto de partida. O processo é mais longo e "suado" do que se imagina.
Eu mesmo venho dando, há muitos anos, eventos como cursos, seminários e workshops para as pessoas trabalharem seu lado criativo e desenvolverem sua imaginação, intuição, percepção e criatividade. Depois, a grande maioria delas volta para suas organizações e retoma seu dia-a-dia rotineiro e "confortável", deixando os momentos agradáveis do evento como um "tempo de recreio", sem conseguir instrumentalizar os conceitos trabalhados e alavancar sua criatividade no trabalho cotidiano. Eu e eles nos sentimos frustrados. Por quê?
Transformar idéias em resultados dá bastante trabalho. Costumamos dizer que, no processo criativo, "são necessários 5% de inspiração e 95% de transpiração". E não há exagero nesta afirmação. Estes 5% são fundamentais para quaisquer inovações. Hoje, mais do que nunca, idéias inovadoras são o principal produto de muitas organizações. Para que idéias novas se transformem em resultados, HÁ que ser percorrido um caminho trabalhoso:
2º - O trabalho imaginativo de ampliar o repertório de idéias. O estoque de idéias é a base para as inúmeras patentes registradas pelas Organizações à espera do momento oportuno para serem lançadas no mercado. Em 1998, a Siemens registrou patentes de 1200 "idéias" novas. Já lançaram no mercado menos de 20 delas. Vem daí o conceito atual de Banco de Idéias. Exercitar o raciocínio divergente via instrumentos apropriados, que são muitos, pode nos levar a ultrapassar com êxito este 2º passo.
3º - O trabalho criterioso de selecionar a melhor idéia. A avaliação minuciosa das idéias novas ou estocadas deve levar a uma escolha adequada. Qual deverá ser a idéia mais econômica, mais rapidamente aceitável pelo mercado, mais fácil de produzir, de maior impacto, que está de acordo com as leis, etc. Aqui, as técnicas do raciocínio lógico e convergente devem reger a aplicação de uma Grade de Critérios que leve a ultrapassar esta etapa.
4º - O trabalho metodológico de desenvolver a idéia selecionada (submetê-la a um Check List básico -WWWWWH - quem, o que, porquê, onde, quando e como aplicar a idéia desenvolvida). Aqui o raciocínio ao mesmo tempo divergente / convergente deve prevalecer. A diversidade de uma equipe criativa pode ajudar a enxergar os diversos aspectos da cadeia de produção da Empresa e onde encaixar nela o novo imaginado. Diversidade deve ser entendida não como outra cor da pele e dos olhos ou diferenças de sexos ou raças, mas sim como cabeças diferentes, visões e formações culturais diferentes. Esta é uma das etapas mais férteis e valiosas do processo, que deve levar ao passo seguinte.
5º - O trabalho objetivo, conseqüente da etapa anterior, de formatar a idéia em um produto, processo ou serviço (ela deve resultar em algo proveitoso). Aqui o raciocínio técnico e o conhecimento do "metier" da organização são salvaguardas da efetividade dos resultados deste passo.
6º - O trabalho argumentativo de convencer os outros (colegas, superiores, acionistas) de que a idéia é boa (somente o efetivo comprometimento dos envolvidos leva uma idéia a se concretizar). Nesta etapa é preciso dominar as várias estratégias argumentativas, saber negociar apoios e angariar "sócios da idéia", para transformar o que foi construído até aqui em um resultado palpável. E então avançar para o último passo:
7º - O trabalho sistemático e mensurável de testar e aplicar o que resultou deste processo. As técnicas de pesquisa de mercado, de testes por amostragem e outras são aplicáveis nesta etapa. E então, comprovada a pertinência da idéia transformada em resultado, transformar o resultado em produto, processo ou serviço. E bom proveito (e bons lucros).
No caminho destes sete passos, devemos levar em conta que, muitas vezes, diante de uma dificuldade, em qualquer momento do processo, é preciso recuar alguns passos para refazer certas etapas, para então voltar a avançar com mais força.
Para que estas etapas sejam desenvolvidas (não necessariamente todas nem obrigatoriamente nesta ordem) é preciso, também e preliminarmente, criar um clima organizacional favorável e não repressivo, pois este caminho pressupõe riscos e erros, o que normalmente é abominado em todos os níveis das organizações.
Os riscos e os erros devem ser não somente absorvidos como estimulados. E os resultados devem ser premiados, gerando um clima organizacional criativo. Este é, para mim, o elemento que perpassa por todo o processo dos 7 passos e o mais determinante do sucesso de uma organização que se pretenda inovadora.
Como diz Alan Robinson , co-autor do livro Corporate Creactivity, "as organizações mais inovadoras transformam idéias em soluções de negócios relevantes e incrementam a criatividade como uma parte importante de seu foco estratégico". E ressalta: "Somente 5% do que nós chamamos de 'criatividade' é a idéia em si. O resto é liderar as pessoas para transformarem a idéia em resultado".
( SYLVIO ZILBER - Consultor do Instituto MVC )
domingo, 20 de junho de 2010
Criatividade Para Alôar Resultados - Carreira e Negócios
Postado por CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIUBE às 14:39
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